Uma grande discussão sobre uma possível bolha no mercado imobiliário brasileiro tem gerado opiniões controversas entre os economistas no Brasil e no mundo, vamos entender porque este assunto esta gerando tanta polêmica.
Preço dos Imóveis no Brasil
É de conhecimento geral que nos últimos anos o preço dos imóveis no Brasil tem se tornado cada ano mais caros, ao ponto em que capitais como Rio de Janeiro e São Paulo chegaram a dobrar os preços dos imóveis em menos de 5 anos.
Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, entre Junho de 2012 e Junho de 2013, denominado índice Fipe Zap Ampliado, este aumento nos preços dos imóveis foi de 14,1% em pelo menos 16 cidades, com um preço médio de R$ 6.748,00 mil reais por m² em Maio de 2013. (Fonte: ZeroHora)
Até então Curitiba (+3,3%) era apontada como a capital que mais sofreu aumento nos preços imobiliários, já entre Janeiro a Outubro de 2013 a cidade que liderou o aumento nos preços foi Belo Horizonte (+3,7%), seguida pela capital paranaense (+3,5%).
Este aumento no preço dos imóveis brasileiros tem se mostrado rentável diante de outras fontes de investimento, porém segundo o administrador de investimentos Fábio Colombo apesar do aumento expansivo nos preços dos imóveis vistos nos últimos anos, esta crescente tem sofrido uma desaceleração no último um ano e meio.
Em 2011 o preço do metro quadrado chegou a subir 26,3%, em 2012 12,4% e em 2013, até Outubro, uma alta de 10,3% próxima à inflação.
Mesmo com o aumento no valor dos imóveis a demanda habitacional no país é muito grande, cerca de 1 milhão de famílias são formadas no Brasil a cada ano, com maior estabilidade no emprego e renda junto a maior capacidade de endividamento do brasileiro, digo a maior oferta de crédito oferecida pelos bancos tem motivado a compra de imóveis no Brasil.
Ainda que os preços dos imóveis estejam em alta a expectativa de vendas de lançamentos imobiliários saltou de 5% a 10% para 15% a 20% em 2013, como afirma o economista-chefe do Secovi-SP (Sindicado da Habitação), Celso Petrucci. (Fonte: O Tempo)
Ou seja, mesmo com o aumento nos preços dos imóveis, as pessoas estão comprando porque existe uma necessidade muito grande por imóveis no Brasil e os bancos estão oferecendo crédito imobiliário com mais facilidade, aumentando o endividamento populacional.
Mas, até que ponto o aumento no preço dos imóveis e a capacidade de endividamento do brasileiro vão manter o mercado aquecido? Até quando os brasileiros vão conseguir honrar as suas dívidas? Isso representa uma ameaça de bolha imobiliária no Brasil? Veja a seguir o que dizem os economistas.
A Ameaça de Bolha Imobiliária no Brasil
Em Agosto de 2013 um economista renomado, professor da universidade de Yale nos EUA, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2013 e criador do índice de preço de imóveis S&P/ Case – Shiller, o economista estadunidense Robert Shiller afirmou, durante o 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e Capitais que ocorreu em Campos do Jordão – SP, que existe a probabilidade do Brasil sofrer uma “Bolha Imobiliária”.
Segundo Shiller o Brasil pode ser comparado ao momento que viveu o Japão na década de 80, em que os preços dos imóveis se elevaram até atingir um pico em 1990 e desde então vem sofrendo uma queda gradual.
Sua percepção sobre os países emergentes, como o Brasil, Colômbia, e Índia, apesar de estarem vivendo um momento de crescimento econômico, estão elevando absurdamente o preço dos imóveis, esperando que seus mercados imobiliários estejam estabilizados e maduros dentro de 100 anos. Porém, Shiller diz que em outros países que já tiveram um crescimento acelerado como o Brasil não elevaram os preços dos imóveis desta forma.
Ele questiona como os brasileiros irão conseguir pagar pelos imóveis se os preços continuarem a subir, e acredita que o governo nacional deve contribuir para que as pessoas consigam financiar e comprar seus imóveis, além de garantir que continue havendo uma oferta crescente de imóveis, sustentando o mercado. (Fonte: Terra)
Por outro lado, o economista, apresentador do Manhattan Connection e presidente da consultoria Ricam, o brasileiríssimo Ricardo Amorim, discorda desta possível ameaça de bolha imobiliária no Brasil.
Amorim que estuda o mercado imobiliário brasileiro desde 2008, quando iniciaram os rumores sobre a possível bolha imobiliária brasileira, afirma que esta crise não existe e que os preços dos imóveis tendem a continuar subindo.
O economista brasileiro analisou o crédito imobiliário disponível, e percebeu que no Brasil, mesmo com o aumento do crédito dos últimos anos, isso representa apenas 7% do PIB, já em países que sofreram com a bolha imobiliária a disponibilidade de crédito para o financiamento imobiliário chegava a 50% do PIB do país. Ou seja, no Brasil o financiamento imobiliário ainda é ponderado e mesmo com uma oferta crescente no ritmo de 1,4% do PIB ao ano, levaria cerca de 30 anos para chegar a um nível alarmante.
Outro fator, que segundo Amorim, descarta a possibilidade de bolha de imóveis no Brasil é que dentre os 385 maiores mercados imobiliários do mundo, o Brasil – com 11 cidades inclusas – fica na 124ª posição do ranking, ou seja, ele se enquadra um pouco acima da média, mas esta longe de ter os imóveis mais caros, já dentre os países em desenvolvimento é um dos mercados imobiliários mais baratos, comparado à média dos demais.
Apesar de que dentre as 50 cidades mais caras do mundo para morar, que incluem 49 países emergentes, o Brasil possui 4 na lista: Brasília (10ª), Rio de Janeiro (25ª), Belo Horizonte (43ª) e Porto Alegre (45ª). Mas, existem também cidades que não chegam à lista das 100 mais caras do mundo como Salvador, ou então cidades como Fortaleza e Campinas que figuram entre as mais baratas.
Ou seja, o Brasil não é um país com mercado imobiliário absurdamente elevado se comparado a outros mercados mundiais, o que com o real em baixa diante do dólar pode sugerir mais investimentos internacionais no mercado de imóveis do Brasil, imóveis comprados por estrangeiros!
Ricardo Amorim analisou ainda o percentual de renda que os brasileiros aplicam no financiamento de imóveis que se mostra um aspecto favorável à estabilidade do mercado, pois no Brasil ainda temos melhor capacidade de honrar as dívidas dos imóveis adquiridos. Como também os altos preços de aluguéis que continuam estimulando a compra de imóveis.
Concluindo a linha de raciocínio do economista brasileiro ele afirma que mesmo que em algumas cidades brasileiras seja preciso ter cautela ao investir em imóveis, no geral os preços dos imóveis vão continuar crescendo em ritmo mais lento e que a bolha imobiliária não representa uma ameaça. (Fonte: Ricam Consultoria)
Apesar de duas opiniões fortes e divergentes quanto ao mercado imobiliário nacional o que se pode notar é que em nenhum momento o economista Robert Shiller, apesar de citar a bolha imobiliária, diz que o mercado de imóveis no Brasil teria uma queda drástica como aconteceu nos EUA, afirmando apenas que o crescimento vai chegar a um limite e aos poucos o preço dos imóveis vai diminuir. Enquanto o economista Ricardo Amorim diz que os preços estão se estabilizando e passam a acompanhar a inflação.
Ou seja, não adianta esperar que os preços dos imóveis despenquem para comprar imóveis, que isso não vai acontecer, mas por outro lado é notável que algumas cidades brasileiras estão passando por um momento de estabilização no valor imobiliário.
Prova disso é que em Maio de 2013 Florianópolis e Belo Horizonte sofreram queda no valor dos imóveis (-0,2% e -0,1% respectivamente), ao mesmo tempo em que Curitiba e Recife tiveram alta (3,3 % e 2,9%) no mesmo período.
Agora a questão essencial não é o aumento dos preços dos imóveis no Brasil, já que são equivalentes a média mundial, mas sim a qualidade destes imóveis que se comparados aos imóveis no restante do mundo é assustadora.
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